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Crônica sobre um sonho desconhecido

  • Foto do escritor: Danilo Magalhães
    Danilo Magalhães
  • 13 de jun. de 2024
  • 2 min de leitura

Danilo Magalhães

25/04/2024


Outro dia, alguém que amo perguntou qual é meu maior sonho. Eu, dentre tudo o que imagino interessante, respondi: não sei. De repente, me peguei pensando: "Vivo comigo desde que nasci e, ainda assim, me sou tão estranho? Serei o único?".

Fui saber.

Perguntei a um e a outro até obter resposta. Incompleta. Fragmentada em outras realidades... Uma amiga disse que sabia, mas, não podia dizer. Aqueles que, como eu, se desconhecem, não tinham sequer noção de resposta. Fiquei perplexo, pois, pergunta tão simples, crianças sabem responder. Aliás, uma me disse que adoraria cantar numa banda de rock! Virei fã... Outros, mais lúcidos, disseram que o sonho é agora. Mas, será?

Fui perguntar a mim mesmo.

Pensei em sonhos que tive e realizei. Fiquei feliz por ter encontrado alguns. Que não vêm ao caso... Se um deles fosse o maior, então, hoje eu saberia. Seria feliz e realizado aos trinta e cinco. Mas, logicamente, sonho é coisa que se muda na vida:

  1. Criança: qualquer coisa que envolvesse grandes aventuras, e, também queria ser bonito;

  2. Jovem: qualquer coisa que trouxesse segurança, e, também queria perder a virgindade;

  3. Adulto: qualquer coisa que eu-criança certamente reprovaria, e, também quero viajar;

  4. Velho: talvez, não sofrer na morte, e, também quero saltar de paraquedas;

  5. Morto: quererei?

Eu mesmo, no tormento do recém-descoberto pequeno autoconhecimento, sonhei que adoraria o tempo. Profanamente. Eu quero é ter tempo! Percebi que para sonhar, ele é preciso.

Não me leve à mal, nem me confunda com um amargurado, pois, tenho sonhos! Sei quais são. Apenas, não posso ranqueá-los. Não sei se existe o maior. E, tampouco, se isso é necessário. Sonhar, sim, isso é! Mas, quero sonhos do tamanho que possa alcançar; para os quais consiga pavimentar os caminhos; que possa ter, um dia, em minhas mãos. E não sonhar o impossível (talvez, politicamente, e só!).

A medida do sonho depende do relógio da vida. Já este, depende do busão lotado, do salário mínimo, das oportunidades abertas... O sonho é cortado pela realidade! E isso dói. Tic (tenho sonhos), tac (estão distantes), tic (sonho), tac (soa o despertador), tic...

E é isso.

Quanta vida! Quantos sonhos...

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